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Endometriose Pós-Menopausa: Uma realidade pouco conhecida

05/10/2024 Dr. Gerson Luis Medina Prado
Endometriose Pós-Menopausa: Uma realidade pouco conhecida

Quando falamos em endometriose, geralmente a associamos a mulheres em idade reprodutiva. No entanto, a endometriose pós-menopausa é uma condição real e pode trazer desafios significativos para o diagnóstico e tratamento. Recentemente, vivi um caso que destaca essa questão de forma clara e impactante.

O caso de uma paciente de 52 Anos

Uma paciente de 52 anos, sem menstruação há mais de dois anos, procurou ajuda médica devido a uma dor pélvica intensa. Após ser atendida em um serviço de urgência, foi submetida a uma laparoscopia que revelou aderências e o que poderia ser um abscesso pélvico ou endometriose. Quando a paciente me procurou para exames adicionais, confirmei que ela apresentava implantes endometrióticos profundos, corroborando o diagnóstico de endometriose pós-menopausa.

O que é a endometriose pós-menopausa?

A endometriose pós-menopausa ocorre quando o tecido endometrial continua a crescer fora do útero após o fim da menstruação. Embora menos comum, a condição pode ser estimulada por:

Terapias de reposição hormonal (TRH), que aumentam os níveis de estrogênio, alimentando os implantes endometrióticos.

Resíduos hormonais produzidos por tecidos periféricos, como a gordura corporal.

Implantes endometrióticos antigos que permanecem ativos mesmo após a menopausa.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas da endometriose pós-menopausa incluem dor pélvica crônica, distúrbios urinários ou intestinais, dor durante relações sexuais e, em casos raros, massas pélvicas detectáveis. O diagnóstico pode ser desafiador, exigindo exames de imagem como ultrassonografia com preparo específico ou ressonância magnética.

Tratamento

O tratamento da endometriose pós-menopausa varia dependendo da gravidade dos sintomas e da extensão da condição:

Manejo Medicamentoso:

Uso de anti-inflamatórios para controle da dor.

Supressão hormonal para reduzir o estímulo aos implantes.

Cirurgia:

Em casos graves ou de dor resistente ao tratamento clínico, a cirurgia é uma opção para remoção de implantes e aderências.

Abordagem Multidisciplinar:

Envolve ginecologistas, cirurgiões, nutricionistas e fisioterapeutas especializados em saúde pélvica para melhorar a qualidade de vida da paciente.

O que as pesquisas recentes dizem

Estudos mostram que, embora rara, a endometriose pós-menopausa pode afetar até 2% das mulheres diagnosticadas com a condição antes da menopausa. Um artigo publicado no Journal of Minimally Invasive Gynecology destacou que o diagnóstico precoce pode evitar complicações graves, como abscessos e obstruções intestinais.

Fique atenta!

A endometriose pós-menopausa desafia nossa compreensão convencional da condição, reforçando a importância de um acompanhamento ginecológico regular, mesmo após a menopausa. Se você apresenta sintomas semelhantes, procure-nos para avaliação detalhada e exames específicos.

A atenção precoce é essencial para garantir qualidade de vida e bem-estar.



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