É normal sentir cólicas intensas? Entenda o que pode ser!
Você está sentindo cólicas intensas? Cuidado! Elas podem ser um sinal de uma doença subjacente.
As cólicas são bastante comuns e podem variar de um incômodo leve a moderado. A dor é causada por contrações uterinas que começam pouco antes ou durante o início do período menstrual.
Mas o que torna a dor da cólica mais grave para algumas pessoas? Continue a leitura e entenda o que pode estar causando cólicas intensas e o que fazer nestes casos!
Cólica menstrual
Praticamente todas as mulheres sentem cólicas durante o período menstrual, que podem variar de um incômodo leve com duração de um ou dois dias a vários dias de dor mais intensa.
A cólica se caracteriza por uma dor pélvica que surge antes ou durante a menstruação, presente em 90% das mulheres em idade reprodutiva no mundo.
É normal sentir cólicas intensas?
Apesar do que muitas mulheres pensam, não é normal sentir cólicas muito fortes durante o período menstrual, daquelas que provocam uma dor insuportável que interfere nas atividades cotidianas.
Ou seja, sentir algum desconforto ou dor leve durante os períodos menstruais é normal. A dor excessiva que te incapacita de trabalhar ou estudar não é. Nestes casos, uma avaliação ginecológica é indispensável.
Normalmente, as cólicas menstruais podem ser aliviadas com analgésicos de venda livre, ao contrário das cólicas que indicam a presença de um problema subjacente.
As cólicas intensas tendem a ser mais longas do que as cólicas típicas.
Por isso, é necessário investigar se há causas de doenças ginecológicas envolvidas, como endometriose, miomas, tumores pélvicos, síndrome dos ovários policísticos, entre outras doenças.
O que pode causar cólicas intensas?
As cólicas intensas podem ser sinal de que algo não está bem no sistema reprodutivo da mulher. Saiba mais a seguir!
Cólica menstrual intensa pode ser sinal de Endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória crônica que pode ter um impacto significativo na vida da mulher.
É caracterizada pelo crescimento do endométrio (mucosa que reveste o interior do útero) fora da cavidade uterina, em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestinos e bexiga.
Um dos principais sintomas da endometriose são as cólicas intensas.
As cólicas são muito comuns durante a menstruação, porém, mulheres com endometriose geralmente relatam sentir dores muito mais fortes do que o normal.
A dor pélvica e as cólicas intensas podem começar antes e se estender por vários dias da menstruação.
Outros sintomas da endometriose incluem:
- Dor durante a relação sexual;
- Fluxo menstrual intenso
- Alterações intestinais cíclicas ou urinárias durante a menstruação;
- Infertilidade.
Se você suspeita de endometriose, procure um médico para ajudá-la.
Serão realizados um exame físico, exames de diagnóstico por imagem, dosagem de marcadores e outros exames laboratoriais que ajudam na identificação do problema.
Seu médico(a) pode solicitar:
- Exame CA-125 (exame de sangue);
- Ultrassom transvaginal;
- Ressonância magnética (RM) de pelve. Fornece uma avaliação abrangente da região pélvica com resolução anatômica e espacial de alta qualidade, possibilitando identificar lesões de endometriose com precisão.
Os exames auxiliam o médico a diagnosticar, graduar e mapear os focos de endometriose, possibilitando definir o tratamento mais adequado em cada caso.
Em alguns casos, ainda podem ser solicitados outros exames complementares, como a ultrassonografia transretal, a ecoendoscopia retal e a tomografia computadorizada.
Leia mais em: 6 sintomas de endometriose e o que fazer
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
A SOP é um distúrbio endócrino comum que afeta aproximadamente 1 em cada 15 mulheres em idade reprodutiva.
A causa exata da síndrome dos ovários policísticos ainda é desconhecida. Níveis mais altos de hormônios masculinos, períodos irregulares e cólicas intensas são sintomas comuns.
Outros sintomas da SOP incluem:
- Menstruação irregular
- Acne
- Infertilidade
- Hipertensão
- Excesso de pelos (face, barriga e seios), entre outros.
O diagnóstico da SOP é feito com base na avaliação dos sintomas clínicos, exames de dosagens hormonais e ultrassom transvaginal.
O ultrassom transvaginal permite que o médico detecte o aparecimento de diversos folículos ovarianos, além de excluir a possibilidade de outras doenças ginecológicas.
Veja também: Ultrassom transvaginal: como é feito e como se preparar?
Miomas uterinos causam cólicas intensas
Os miomas são nódulos benignos que se desenvolvem dentro ou fora do útero.
Geralmente, o problema ocorre em mulheres entre 45 e 55 anos. No entanto, também podem surgir a partir dos 35 anos, durante o período máximo da reprodutividade feminina.
Quando os miomas uterinos causam sintomas, eles variam conforme o número de miomas, seu tamanho e localização. São eles:
- Fluxo menstrual intenso;
- Períodos menstruais longos;
- Sangramento fora do período menstrual;
- Dor abdominal/pélvica e cólicas intensas;
- Dor nas costas;
- Sensação de pressão na barriga;
- Aumento da vontade de urinar ou incontinência urinária;
- Prisão de ventre, entre outros.
Seu médico pode fazer o diagnóstico dos miomas uterinos com base na avaliação dos sintomas relatados, exame ginecológico e exames complementares de imagem, como ultrassom e ressonância magnética pélvica.
Os exames de imagem permitem que o médico avalie a localização do exame do mioma e suas dimensões, além de contribuir para excluir outras hipóteses diagnósticas.
Adenomiose
É uma condição em que o endométrio cresce de maneira anormal no miométrio, musculatura do útero, tornando os períodos particularmente dolorosos.
A condição pode levar a um aumento do fluxo menstrual e cólicas intensas. Em casos mais graves, pode até gerar anemia.
Seu médico pode diagnosticar o problema com base na avaliação dos sintomas, exame ginecológico e exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética pélvica.
Quando devo me preocupar com cólicas muito fortes?
Se as cólicas intensas estiverem interferindo na sua capacidade de realizar tarefas básicas todos os meses, talvez seja hora de conversar com um ginecologista.
Não espere o sintoma prejudicar sua qualidade de vida.
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